Resenha: Patrick Pedroso - Labyrinth (8,5)



Convenhamos, os Cds de artistas das guitarras sempre são recebidos com um pé atrás pela crítica especializada devido há muitos deles terem um conteúdo de auto indulgência e exageros que muitas vezes sobrepõem-se à musicalidade do artistas, sobretudo hoje em dia onde exageros virtuosos pululam em todo canto, o campo minado de trabalhos instrumentais se tornou mais perigoso.

É claro que com a maturidade musical, vêm a visão aguçada do artista sobre seu próprio trabalho, e no caso deste Labyrinth de Patrick Pedroso é uma imensa alegria perceber que o artista conseguiu criar em uma campo saturado, uma linguagem própria, fugindo das armadilhas de velocidade exagerada e malabarismos exagerados para fazer sua guitarra escrever algumas linhas mágicas e relevantes onde a musicalidade flui fácil em acordes de extremo bom gosto num trabalho bonito, empolgante e de personalidade.


"Rage of the Storm" abre o trabalho mostrando a marca de Patrick, bases bem construídas e variação rica de ritmos e andamentos, o que mais embeleza o trabalho é o músico ter percebido algo sutil e esquecido nos dias de hoje, que o solo é uma música além das bases e não apenas a linha condutora para alguns mostrarem "olha o quanto sou bom e rápido" e isso faz todo o diferencial em Labyrinth.
A cadência de "Only Ashes" onde  vemos uma fusão inteligente de diversas técnicas dos solos de Patrick e a "Satrianesca" Revolution tem toda uma personalidade própria, aliás Satriani é uma base forte e muita bem escolhida das influências do guitarrista, o que contou pontos em sua forma inteligente de equilibrar peso, melodia, simplicidade e complexidade.



"New Days" e "Some Creation" são belíssimos temas cuja produção deixou ainda melhor os detalhes, e que mostram uma maturidade de composição excelente, e uma criatividade para pensar as belas melodias que destacam ainda mais o diferencial de Patrick. As inspiradas "The New World was Born" e "Inspiration" são temas tão belos que não estranhe se elas se repetirem em seu MP3 por um tempo, algumas salpicadas saudáveis de Edu Ardanuy aqui e ali são percebidas.

"Visions of Time" faz as vezes da veia acústica que desemboca em um quase Power Metal de cair o queixo e nesta a escolha de timbres também se mostra um dos pontos fortes de Patrick, que imediatamente após nos joga na "malmstiniana" Sounds of Mind, mostrando que as habilidades também podem mostrar lindas melodias.

Fechando o trabalho temos "Freedom" um belo tema instrumental que fecha o disco mostrando a marca de Patrick, singeleza e sutileza. Labyrinth é sem dúvida um diferencial que muitos músicos iniciantes por aí precisam ouvir e entender que a compreenção da música também advem da inteligência no compor e no feeling da melodia, tanto quanto o domínio e habilidade com um instrumento. Patrick Pedroso não nos deu apenas um Cd com ótimas melodias, nos fez ver uma nova possibilidade para a música.

por Ed Oliver


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