Grindcore: O gênero mais extremo do Metal!


por: Ed Oliver

O Grindcore é a forma mais extrema e barulhenta de música, sendo um sub-gênero desenvolvido e da junção do Metal Extremo, Hardcore Punk, Noise Rock, Rock Industrial, etc.
Ele é caracterizado por ser ainda mais veloz do que os subgêneros ultra-violentos do Metal e Hardcore, com baixo e guitarras afinados em tons baixos e extremamente distorcidos. As músicas são mais curtas no comprimento (algumas com apenas alguns segundos de duração), batidas ultra rápidas de bateria chamadas “Blast Beats” , vocais rosnados e gritos estão também presentes e são ainda mais intensos do que aqueles vistos no Death e Black Metal.

Os temas líricos também são uma mistura. Eles vão desde as letras sociopolíticas do Hardcore até os temas cheios de Horror, Psicopatia, Assassinatos e Pornografia. Muitas bandas, como o Anal Cunt, também se concentram no Humor Negro e testam os limites de seu público com temas tabus sobre assuntos controversos.

Os textos e sites oficiais dizem que o Grindcore surgiu no início dos anos 1980 nos Estados Unidos. Em seus primeiros dias a cena dependia fortemente de negociação de fitas, os famosos “tape-traders”. Existem duas bandas que são reconhecidas como os padrinhos do Grindcore: a banda de Hardcore Siege e os pioneiros do Death Metal, o Repulsion, mas em 1983 a banda brasileira Brigada do Ódio já estava em plena atividade e fazendo este estilo de música, sendo considerada por muitos e sérios historiadores como a primeira banda a tocar um som nos moldes deste estilo no mundo.

Estes pioneiros queriam superar as bandas Death, Thrash e Hardcore mais rápidas para criar uma forma ainda mais veloz e urgente de música possível. Naqueles primórdios, a velocidade que eles trabalhavam, sem uma técnica apurada, só permitiria canções de curta duração com vocais ininteligíveis.

O inventor do termo “Grindcore” foi o então baterista do Napalm Death, Mick Harris. Segundo o próprio, a palavra “Grind” veio à sua cabeça como sendo a única capaz de descrever a música do primeiro LP do Swans. O Napalm Death foi o primeiro grupo a usar o termo para se autodescrever (o Grindcore também foi conhecido por pouco tempo como “Britcore”, rótulo cunhado pela NME). Outras bandas que marcaram o início do Grindcore foram Unseen Terror, Electro Hippies da Inglaterra, Fear of God da Suíça, Terrorizer dos Estados Unidos e, em menor grau, os dois primeiros discos do Carcass da Inglaterra.



O Napalm Death foi a primeira banda semi-comercialmente bem sucedida de Grindcore e levou à ascensão de outras bandas como o Carcass. Após o aumento da popularidade do Grindcore, Napalm Death, Carcass, Agathocles, Anal Cunt, Lärm, Extreme Noise Terror e Nasum tiveram seus nomes amplamente disseminados ao redor do mundo. Vale relembrar que no Brasil, o Brigada do Ódio gravou em 1985 o primeiro registro de Grindcore da América do Sul, dividindo um EP com o Olho Seco. Após esse período inicial o estilo se diluiu um pouco com muitas bandas iniciantes copiando os elementos dos pioneiros.

O Grindcore voltaria a crescer nos Estados Unidos nos anos 90, com grupos como Terrorizer, Pig Destroyer e Brutal Truth, expandindo a ideia de Grindcore, adicionando mais elementos de Death Metal, Thrash, Sludge Metal, Música ambiental, até vertentes eletrônicas do gênero surgiam conhecidas como “Cyber-Grind” ou “Electro-Grind”. Estas experimentações levaram à criação de alguns novos subgêneros de Grindcore que são populares entre seus fãs hoje, a exemplo do “Technical Grindcore”, subgênero oriundo do Death Metal mais técnico executado por músicos virtuosos e que viram no Grind uma forma mais livre e divertida de expressão, ainda há até vertentes onde se exploram os temas Extraterrestres, Entropias, Anomalias e até bandas que explorem o Sexo e a Comédia. Assim como do outro lado, há bandas mais politizadas que usam o extremismo do gênero para disseminar letras mais politizadas e conscientizadas sobre a exploração da indústria musical e se utilizam da “anti-música” como forma de protesto.

O Grindcore nunca conseguiu realmente avanço para o mainstream, mas criou um nicho que continua a ter uma das bases de fãs mais leais de qualquer um dos subgêneros da música pesada!

A liberdade criativa do estilo e a forma como seus fãs e músicos disseminam seus ideais contribuindo para a cena como um todo ganha cada vez mais simpatizantes do estilo e fãs de sua estilística tão divertida quanto extrema!

O Brasil também possui uma excelente história de bandas do estilo como o pioneiro Brigada do Ódio, além de New York Against the Belzebu, No Sense, Expurgo, Defecação Humana, ROT, Flesh Grinder, Necrobutcher, Dissector e mais recentemente Facada, Test, S.O.B, SubCut, Social Chaos, Desalmado, Homicide, etc…



Alguns dos sub-gêneros do Grindcore:

Goregrind

Goregrind é o Grindcore com letras relacionadas ao Gore (Escatologia, Cadáveres, Zumbis, Horror Extremo) em vez de assuntos sociopolíticos.

As bandas também usam muitas mixagens e efeitos sonoros e vocais grunhidos e ininteligíveis. Carcass e Cannibal Corpse foram as bandas pioneiras neste estilo e no conteúdo lírico. Eles sentiram que muitas bandas Grindcore estavam se levando muito a sério e estavam continuamente repetindo as mesmas opiniões políticas de esquerda em suas letras. Isto veio como uma mudança muito necessária no momento, como Grindcore estava perdendo popularidade. A temática Gore realmente casa muito bem com o ritmo brutal da música.

Deathgrind

Deathgrind nasceu na década de 1990. Ele combina os elementos técnicos do Death Metal com a velocidade do quebra de pescoço e canções abruptas de Grindcore. Devido à influência do Death Metal, a musicalidade do Deathgrind tende a ser muito melhor do que o Grindcore tradicional.

As atuais bandas Deathgrind incluem Cattle Decapitation, Aborted, e The Red Chord.

Pornogrind

Muito parecido com Goregrind, o Pornogrind foi criado como uma resposta àqueles que tinham diluído a cena Grindcore com temas políticos e sons semelhantes e à chateação politicamente correta de temas de esquerda. O conteúdo lírico, em vez disso lida com sujeitos sexuais extremamente pervertidos, o que ajuda a trazer os elementos extremos de Grindcore de volta que foram perdidos na saturação no final dos anos 1980. A banda mais pornográfica é Cock and Ball Torture, mas o Anal Cunt com certeza é seu representante mais pioneiro e provocador.

Atuamente bandas como Anorgasm, Vomit of Torture, Murder Pussy, Kraanium e Human Mastication, também fazem as vezes do estilo.

Electrogrind

Na década de 1990 o Napalm Death começou a experimentar com sons industriais devido a serem comparados com muitas bandas de Grindcore que soavam da mesma forma. O som misturaria a velocidade e estilística do Grindcore com sintetizadores e elementos digitais. Isso levou à criação do “Electrogrind” no início de 2000 por bandas como Genghis Tron. Outros como Trocomordedor, Sperm Swamp, Libido Airbag, The Berzeker defendem a fórmula.

Noisecore

Caracterizado pelo extremismo e violência de seu instrumental e pela pequena duração de suas faixas, comumente adotado por bandas de ideias mais politizadas e que buscam fazer uma “anti-música” em protesto à exploração da indústria musical e para divulgar suas ideias políticas.

O Noisecore seria a versão Crust do Metal. Seu defensor mais conhecido seguramente é o Agathocles, mas bandas como Bad Omens, Marathon of Gore, Insect Warfare e os brasileiros do Defecação Humana e Descarga Violenta também são fortes representantes do estilo.

Álbuns de Grindcore Essenciais:

Horrified (Repulsion)
Prowler in the Yard (Pig Destroyer)
Reek of Putrefaction (Carcass)
Brigada do Ódio (Brigada do Ódio) – Brasil
Out of Reality (No Sense) – Brasil
Die Miserable (Fuck the Facts)
I Like it When You Die (A.C.)
World Downfall (Terrorizer)
Arabe Macabre (Test) – Brasil
Monolith of Inhumanity (Cattle Decapitation)
Dead Mountain Mouth (Genghis Tron)
Egoleech (Cock and Ball Torture)
Violence Against Feminist Cunts (Meat Shits)
Nadir (Facada) – Brasil
Disgrace To The Corpse Of Sid (Sore Throat)
From Enslavement to Obliteration (Napalm Death)
Sounds of the Animal Kingdom (Brutal Truth)
Book Burner (Pig Destroyer)

Agorapocalypse (Agoraphobic Nosebleed)
 Inhale/Exhale - (Nasum )
Estado Escravo (Desalmado) - Brasil


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